Nesse dia que completo 26 primaveras (termo antigo, mas que eu adoro), ganho um presente tão bonito quanto a pessoa que me deu! Um poema, de meu amigo e poeta José Abbade. AFLÁVEL Na ausência de tranças Menina ainda dança, Pula e charpinha na poça? Mulher, moça, criança Quem dirá ao certo O que, de perto, nem ela sabe? E a ninguém cabe definir. Pipoca, novena, tabuada ou lingerie Rótulo não contempla o fundo Ela, sozinha, ri do mundo e suas cidades, obviedades que muitos preferem eternizar Atos comuns ensaiados em roteiros já desgastados pelas hordas do lugar comum. Mas ela, sutil traquina Propõe sua nova sina. Holofote ou lamparina, O importante é luz. E, assim, conduz suas linhas Escrita fina, porém marcante Que tempo e traça não destrói. A sóis, luas e ventos Seu velejar leve, lento Revela-se em riscos de mar. Mostrando apenas a menina Que a cada momento ensina O que é viver. O que é sonhar.