Antíteses
Marquinhos tinha uma função. Ficar por ali, a espera dos romeiros que, talvez, lhe dariam algumas moedas. Ou não. Tão pequeno e com a responsabilidade de garantir, nem que seja, em pouca quantidade, dinheiro que se transformaria, ao juntar-se com o que sua mãe contraísse no trabalho, no jantar dele e do seu irmão.
Marquinhos exibia uma expressão muito atraente. Atraente, principalmente, para a lente da minha máquina fotográfica. A força do seu olhar, a mesma lente denunciou. Hoje, observo as fotos, e a força e a maturidade precoce do menino pulam das imagens. Ficam ainda mais transparentes, quando encaro o seu olhar. Espelho dele mesmo.
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