Como esquecer um grande amor
* Anna Bárbara de Sá Nestes novos tempos, em que as famílias se diminuem e que a saudade tornou-se regra, virou moda o medo da solidão. De qualquer solidão. Ninguém mais quer estar sozinho, sempre transferindo a mágica porção da felicidade ao outro. Por vezes estive só, mesmo que acompanhada. Não foi nada além de boas tardes. E hoje, neste instante, em que não sinto nada passional, tenho a ligeira impressão de que reconheço a integridade. A minha integridade. Esqueçam essa tal dor de amor que lhes arrebata o peito. Vou-lhes contar um segredo, vocês não precisam de ninguém, ninguém nasce ao meio. Uma dica: parem de procurar pela ilusória metade perdida, e se olhem no espelho. Ainda assim, sempre penso que nós precisamos dos outros (de todos). Nós não somos sozinhos. Nós não somos completos.