Voltamos a apresentar...
“Antigamente, lá em cima do baculejo tinha uma abatedora de matar porco, e os restos dos porcos ficavam lá. Por isso aqui tem esse nome... nome feio, mas é esse que deram, todo mundo só conhece aqui por esse nome, lugar onde a polícia vem só pra cobrar e pra matar”, disse Daniel Silva, 17, apresentando o lugar onde mora: o Péla Porco.
Lugar muito pobre, com casas inacabadas, cães abandonados, soltos por todos os lados, dividindo o ambiente com as crianças nuas. Famílias inteiras morando em casas pequenas, úmidas e frias, sonham com outra realidade. Hoje, o lugar é famoso pela marginalidade provocada basicamente pelo tráfico de drogas, porém no passado, os problemas eram ainda maiores.
Grande parte dos moradores veio do interior da Bahia e escolheu o Nova Esperança, como também é chamada a comunidade, para constituírem família, criar seus filhos e tomar um novo rumo para a vida. Eles permaneceram lá, com todas as dificuldades e muitos deles são moradores há mais de 40 anos, como Dona Hercília, 70, que diz já ter visto de tudo por ali: “Moro aqui há muito tempo, aqui é bom de se morar, ninguém mexe com ninguém aqui dentro, mas tem muito rapaz aqui que vi pequeno, e hoje tá metido com coisa ruim”, disse a senhora.
Antigamente, a comunidade não possuía rede de esgoto, eletricidade, água encanada e as ruas não eram pavimentadas. A violência era constante, e os moradores viviam sempre doentes, o que explica Eremita Araújo da Silva, 49, moradora há 20 anos. Eremita veio de Guanambi, interior da Bahia, em busca de uma vida melhor, e logo se instalou no Péla Porco, onde sua irmã já vivia há algum tempo. “Aqui as casas eram de taipa, não tinha escada e posto médico, muito menos. Era uma miséria, muito mais do que é hoje”.
Durante os anos, o lugar foi sendo razoavelmente estruturado, pois tinha que acompanhar a corrida do tempo e as “tropas” de pessoas que foram chegando e construindo suas casas, o velho conhecido êxodo rural. O posto médico, que hoje atende a comunidade, embora de acordo com a maioria dos moradores, funcione muito mal, foi implantado nos anos 80, no governo de Antônio Carlos Magalhães. Para Sara Jesus Oliveira, 36, o posto de saúde da comunidade não satisfaz os moradores, faltam remédios e os médicos não estão diariamente no local. “Só entregam cinco fichas, e nem sempre somos atendidos. Falta remédio, médico e até carimbo”.
Quanto ao transporte, os moradores não podem se queixar. Onde a comunidade se encontra, os acessos aos pontos de ônibus e táxis são rápidos. Isso se deve pelo fato do lugar estar próximo à antiga rodoviária de Salvador, o que hoje é um mercado de hort-fruti. Segundo Enilda Dantas, 49, moradora há 21 anos, a comunidade necessita de área de lazer, locais para as crianças brincarem, para “os jovens esquecerem do que não é correto”, como diz a moradora.
Mais uma comunidade afetada pelos problemas sociais, que vê seus jovens “reféns” da violência, porém com uma população, mesmo com as dificuldades sempre presentes, disposta a se desenvolver, como afirma Enilda, ao lembrar da Associação de Moradores que por um tempo esteve funcionando. Algumas moradoras, como Maria José da Silva e Isabel, se reuniram e conseguiram realizar bons trabalhos dentro da comunidade. Porém, a violência tomou proporções muito grandes e acabaram desistindo do trabalho.
Embora a infra-estrutura do lugar tenha melhorado, muitos jovens, envolvidos com o tráfico, morrem nas esquinas, por vingança entre gangues da própria comunidade e de outros lugares. Hoje em dia, voluntários freqüentadores da igreja católica do local, promovem alguns trabalhos sociais como, visitas aos idosos, eventos infantis e cursos religiosos. Sem ajuda de órgãos do governo ou municipais, os próprios moradores decidiram ajudar uns aos outros. Como diz Enilda: “A vida é dura, mas estamos tentando viver como podemos, fazendo o possível pra sermos felizes”.
Lugar muito pobre, com casas inacabadas, cães abandonados, soltos por todos os lados, dividindo o ambiente com as crianças nuas. Famílias inteiras morando em casas pequenas, úmidas e frias, sonham com outra realidade. Hoje, o lugar é famoso pela marginalidade provocada basicamente pelo tráfico de drogas, porém no passado, os problemas eram ainda maiores.
Grande parte dos moradores veio do interior da Bahia e escolheu o Nova Esperança, como também é chamada a comunidade, para constituírem família, criar seus filhos e tomar um novo rumo para a vida. Eles permaneceram lá, com todas as dificuldades e muitos deles são moradores há mais de 40 anos, como Dona Hercília, 70, que diz já ter visto de tudo por ali: “Moro aqui há muito tempo, aqui é bom de se morar, ninguém mexe com ninguém aqui dentro, mas tem muito rapaz aqui que vi pequeno, e hoje tá metido com coisa ruim”, disse a senhora.
Antigamente, a comunidade não possuía rede de esgoto, eletricidade, água encanada e as ruas não eram pavimentadas. A violência era constante, e os moradores viviam sempre doentes, o que explica Eremita Araújo da Silva, 49, moradora há 20 anos. Eremita veio de Guanambi, interior da Bahia, em busca de uma vida melhor, e logo se instalou no Péla Porco, onde sua irmã já vivia há algum tempo. “Aqui as casas eram de taipa, não tinha escada e posto médico, muito menos. Era uma miséria, muito mais do que é hoje”.
Durante os anos, o lugar foi sendo razoavelmente estruturado, pois tinha que acompanhar a corrida do tempo e as “tropas” de pessoas que foram chegando e construindo suas casas, o velho conhecido êxodo rural. O posto médico, que hoje atende a comunidade, embora de acordo com a maioria dos moradores, funcione muito mal, foi implantado nos anos 80, no governo de Antônio Carlos Magalhães. Para Sara Jesus Oliveira, 36, o posto de saúde da comunidade não satisfaz os moradores, faltam remédios e os médicos não estão diariamente no local. “Só entregam cinco fichas, e nem sempre somos atendidos. Falta remédio, médico e até carimbo”.
Quanto ao transporte, os moradores não podem se queixar. Onde a comunidade se encontra, os acessos aos pontos de ônibus e táxis são rápidos. Isso se deve pelo fato do lugar estar próximo à antiga rodoviária de Salvador, o que hoje é um mercado de hort-fruti. Segundo Enilda Dantas, 49, moradora há 21 anos, a comunidade necessita de área de lazer, locais para as crianças brincarem, para “os jovens esquecerem do que não é correto”, como diz a moradora.
Mais uma comunidade afetada pelos problemas sociais, que vê seus jovens “reféns” da violência, porém com uma população, mesmo com as dificuldades sempre presentes, disposta a se desenvolver, como afirma Enilda, ao lembrar da Associação de Moradores que por um tempo esteve funcionando. Algumas moradoras, como Maria José da Silva e Isabel, se reuniram e conseguiram realizar bons trabalhos dentro da comunidade. Porém, a violência tomou proporções muito grandes e acabaram desistindo do trabalho.
Embora a infra-estrutura do lugar tenha melhorado, muitos jovens, envolvidos com o tráfico, morrem nas esquinas, por vingança entre gangues da própria comunidade e de outros lugares. Hoje em dia, voluntários freqüentadores da igreja católica do local, promovem alguns trabalhos sociais como, visitas aos idosos, eventos infantis e cursos religiosos. Sem ajuda de órgãos do governo ou municipais, os próprios moradores decidiram ajudar uns aos outros. Como diz Enilda: “A vida é dura, mas estamos tentando viver como podemos, fazendo o possível pra sermos felizes”.
Comentários
Uma crítica também aos programas alienadores da TV, que sempre "voltam a apresentar" coisas inúteis e perdem a função de informar e educar os telespectadores, moradores de "Péla Porco da vida" ou não. Só para esclarecer o título e dizer que aqui estou! Abraços!