Um filme na tela mental
Quando entrei na floresta, o clima era do jeito que eu sempre sonhei. Friozinho, cheirinho de mato, som de passarinho cantando e as pernas molhadas quando eu passava entre as moitas úmidas de orvalho. Era começo de manhã. Entre as árvores altas, passava uma luz forte do sol nascente, aquecendo o clima frio deixado pela noite que findava. A terra era bem vermelha, daquela que se pode encontrar nas zonas rurais do sertão. Vermelha e parecia ser muito fértil, já que de longe eu via variados tipos de frutas e flores muito frondosas.
O caminho era longo. Na verdade eu não sabia para onde ir. O que importava, naquele momento, era sentir o que a floresta proporcionava: saúde. O dia foi ficando quente e a sede já se fazia presente. De longe, era possível ouvir barulho de água em movimento. Não era uma cachoeira, mas um rio que corria entre as pedras. Cada pedra tinha sua forma. Cada uma, uma cor. Sentei na maior delas, bebi água gelada. As folhas serviram de copo. Eu estava feliz.
Continuei a caminhada, me sentindo muito acolhida por aquele ambiente. Nada me reprimia ou fazia sentir vontade de voltar. A floresta e tudo que a compõe, sempre significou bem estar. Estava na hora de voltar quando, do nada, lembrei da vida lá fora. Segui o caminho de volta, querendo fotografar na retina cada cantinho. Os cheiros, o gosto da água e a sensação térmica, de nem frio e nem calor, também guardei comigo. Guardei sem esforço. A floresra ficou para trás.
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