A insustentável explosão, o samba
(Foto: Reprodução/ Karilayn Areias)
O samba é a crônica das ruas. O samba é a crônica dos homens, das mulheres, dos amores, das dores, da vida. As letras dos sambas são para ouvir e entender as contradições de existir, de sambar a tristeza como se samba a alegria. A emoção é a mesma. Transborda da mesma forma, escorre pelo corpo com a mesma cadência, com o mesmo suor. O samba emociona o mais frio dos corações. Os corações só são frios quando não conhecem o samba. O frio derrete diante o calor do samba. Eu, por sua vez, torno-me inteira, completa. Explosão ao ser vista, ao ser samba, ao ser roda de samba. Grito com os pés, com o quadril, com as mãos, com o peito tão aberto quanto os braços que balançam ao som do samba. A cuíca é o choro. O pandeiro é a força, a energia. A marcação é as batidas do coração, o tamborim é o tempo. O mesmo tempo que dura a alegria, a contagem regressiva para a felicidade eterna.
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