Roteiro de uma vida

O clima da manhã me traz um sentimento de recomeço. É como se eu estivesse aos poucos me aquecendo junto com o sol. Acordar, é nascer outra vez. Sinto a possibilidade de começar do zero, de nascer, de renascer, e poder brilhar bem forte no momento que eu desejar. Gosto dessa liberdade, de poder sentir tudo no meu tempo. 

Embora a lua seja a minha regente astral, o sol é meu parceiro de vida. É com ele que conto para poder me movimentar. Ir além, realizar planos, fazer planos, organizar a cabeça e os papéis. Quando a gente se torna mãe, a noite passa a ser sonífera.

Cá estou eu. São 10h17, e tenho a impressão que já são altas horas. Quando a gente é mãe desenvolvemos a capacidade de resolver mil questões em poucas horas. Acordamos às 5h, relutei para levantar da cama, mas perdi a batalha. Escovei os dentes, meus e os do bebê, troquei fralda, ele tomou o gagau, escolhemos juntos a roupinha de brincar, arrumei os brinquedos, organizei a mochila para um passeio com o pai (a manhã é dele), recolhi roupas secas do varal, comprei frutas, saquei dinheiro para emergências, liguei o computador, retomei o trabalho, atualizei o mailing, fiz contatos, criei uma planilha, editei textos, bebi água.

Lembrei que precisava atualizar o blog, e divulgar no Instagram. Preciso respeitar isso, que me fez tão bem durante a quarentena. Escrever e compartilhar com os seguidores. Lembrei também que preciso planejar nova série de lives, prospectar convidados e temas. 

Um relógio dentro de mim me conduz para que aproveitemos o tempo. O tempo... nosso amigo e inimigo. Olhei o céu já pensando em planejar a tarde com o bebê (a tarde é minha). 

Martim chegou do passeio com o pai. Daqui fico atenta aos sons. Apresso o passo nas minhas tarefas profissionais, porque a tarde serei apenas mãe. E amanhã renasço junto com o sol, e sigo realizando planos, organizando a cabeça e os papéis.




 

 


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