Navegar é preciso e viver também
Navegar é preciso, viver não é preciso. Fernando Pessoa transformou em poesia um dilema histórico e que sempre acompanhou a humanidade: lutar ou se poupar?
Navegar pelos mares agitados, cheios de intempéries, em busca de conquistas importantes ou se proteger e garantir sua vida?
Se jogar no desconhecido ou manter-se em terra firme?
De certo que a humanidade não evolui se não arriscar-se. Descobertas advêm da tentativa e erro.
Mas o ato de parar. De recolher-se. Preservar a vida e garantir as certezas também é importante. Saber parar. Saber esperar. Saber confiar na resposta do universo.
São questões como essas que a sabedoria é a melhor companheira. Ouvir a voz interna que muitos chamam de intuição. Vou ou não vou?
O poema de Pessoa, assim como a grande maioria dos poemas, nos traz um mar de interpretações. Aqui, o meu olhar captou o sentido de desbravar ou se resguardar. Mas o sentido da palavra preciso também é possível expandir-se. Como? Partindo da precisão matemática. Navegar é um ato preciso, porém viver é impreciso.
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