Como esquecer um grande amor

*Anna Bárbara de Sá


Nestes novos tempos, em que as
famílias se diminuem e que a
saudade tornou-se regra, virou moda o medo da solidão.
De qualquer solidão.
Ninguém mais quer estar sozinho,
sempre transferindo a mágica
porção da felicidade ao outro.
Por vezes estive só, mesmo que
acompanhada.
Não foi nada além de boas tardes.
E hoje, neste instante, em que não
sinto nada passional, tenho a
ligeira impressão de que reconheço
a integridade. A minha integridade.
Esqueçam essa tal dor de amor que
lhes arrebata o peito.
Vou-lhes contar um segredo, vocês
não precisam de ninguém,
ninguém nasce ao meio.
Uma dica: parem de procurar pela
ilusória metade perdida, e se olhem
no espelho.



Ainda assim, sempre penso que nós precisamos dos outros (de todos). Nós não somos sozinhos. Nós não somos completos.

Comentários

Camila disse…
Mas este segredo é bom de se contar. E é verdade. Em parte. Ninguém nasce ao meio! Somos completos em nós mesmos. Somos fins. Mas dizer que não precisamos de ninguém... Para o quê, exatamente? Mas concordo. Não é preciso procurar nem se sentir perdido sem aquela última peça do quebra-cabeças. Estamos montados. Completamente. Basta olharmos no espelho e chagamos a esta conclusão. Talvez até mesmo a experiência do amor seja mais legítima, íntima e segura. O que não obsta, entretanto, um eventual e posterior sofrimento.
Camila disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Camila disse…
Essa Fau é toda Fau. Adoro ela um tantão assim bem grande atéééé o infinito! E olhe que é longe como o quê! ;-) Rs! Beijinho!

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