A vez agora é da Bolívia




Grande parte da América Latina, ultimamente, tem dado uma lição de coragem e uma aula de política para todo o mundo. Hugo Chávez iniciou um governo diferente, com convicções socialistas, vindas do “herói das Américas” Símon Bolívar, e não fraquejou diante à forças externas que costumavam barrar idéias ante neoliberais. Forças essas dos Estados Unidos e de todos os seus seguidores. As atitudes do governo venezuelano não estão sendo tomadas sozinhas, pois conta com a ajuda incondicional de Cuba, encabeçada pelo líder socialista Fidel Castro. Essa parceria vem rendendo bons frutos, um deles é a “Alternativa Bolivariana para as Américas”, a ALBA, que recentemente contribuiu para o desenvolvimento social da Bolívia.

A ALBA surgiu em dezembro de 2004, em um acordo firmado entre a Venezuela e Cuba. É nada mais do que uma proposta de integração, feita por Chávez, totalmente contrária aos fins da Área de Livre Comércio das Américas, a ALCA. Possui objetivos exclusivamente voltados para a criação de uma aliança entre os países latino-americanos, formando um elo mútuo de cooperação política, econômica e social. Um deles, por exemplo, é diminuir o índice de analfabetismo na Bolívia, utilizando o programa internacional chamado “Yo si puedo!” ( Eu posso, sim!), criado por Cuba. Uma verdadeira exportação do conhecimento, oficializada em abril de 2006, quando a Bolívia aderiu à ALBA.

Cuba e Venezuela se juntaram para, inicialmente, alfabetizar um milhão de bolivianos. Em 27 de maio de 2007, o ministro da Educação da Bolívia, Víctor Cáceres, afirmou que o município de Coipasa é o segundo a se declarar livre do analfabetismo. O primeiro a concluir a meta do “Yo si puedo!”, foi Tolata, em Cochabamba. O próximo município previsto para beneficiar-se do ensino cubano será Chipaya, em Oruro, fronteira com o Chile. Ou seja, a ALBA ultrapassou os limites do sonho e está se concretizando com eficácia.

Em 1961, dois anos após a ascensão de Fidel Castro, esse programa de ensino zerou o índice de 60% de analfabetismo em Cuba, na época. Em 2005, a Unesco declarou a Venezuela como “territorio libre del analfabetismo”, com uma particularidade genial: cerca de 70 mil indígenas foram alfabetizados em suas línguas nativas e em espanhol, mais um feito do “Yo si puedo!” cubano. O histórico atual dele é de 2,1 milhões de pessoas alfabetizadas, em 17 países. A vez agora é da Bolívia.

E ainda dizem que a ALBA não dará certo porque não agrega. Que são propósitos revolucionários restringidos a Cuba e Venezuela. Criticam ainda o termo “Bolivariana” com a desculpa de que o tal já é excludente, afinal Bolívar não significou nada para o Brasil, Argentina, Uruguai, etc. Esse pensamento é equivocado e absolutamente limitado. As idéias de Bolívar não eram voltadas somente para a Venezuela, seu país de origem, por exemplo. Ele pensava na integração de toda a América e isso inclui o Brasil e os demais países, além de ter lutado, com vitória, contra a colonização espanhola, libertando a Colômbia, o Equador e o seu próprio país. Um ato que venceu o imperialismo de grandes potências, o monstro que assombra todo o mundo, por sinal.

A ALBA é uma alternativa inteligente e solidária e que já demonstrou que pode gerar grandes benefícios para os países envolvidos, de forma rápida. Provas concretas não faltam para comprovar a eficácia dessa aliança. Educação, energia, saúde, sendo repartidas entre países com o único fim: desenvolvimento mútuo. Aí está um bom exemplo de crescimento sem precisar explorar negativamente outros países. Prestar atenção em si e no vizinho com um olhar agregador, solidário e de progresso.

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