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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

A liberdade caça jeito

Um novo amor, um novo emprego, um novo corte de cabelo, até uma roupa nova nos trazem um respiro. Incorporar à nossa rotina um novo caminho, literalmente e subjetivamente falando, nos força a atualizar as nossas definições, como máquinas que não somos. A rotina traz segurança, assim como as previsões, os planos perfeitos, as agendas diárias, os compromissos fechados. Mas uma novidade, um pé fora do traço, nos trazem energia, um rosto mais corado, os olhos mais brilhantes, e borboletas no estômago. Tem um poema de Manoel de Barros que diz "Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito." O novo sempre vem, mesmo que a gente não queira. Ele pode até não se mostrar, para aqueles que insistem em não vê-lo. Mas está ali, ao lado da gente, como um cão fiel que deita ao nosso lado contemplando o fazer nada, conosco.  As oportunidades infelizmente precisam de um contexto propício para se fazerem presentes, tem até aquelas que caem no colo e

O monstro pode ser um gatinho

Essa coisa de ter que se adaptar às novidades tem me causado um estresse danado. Porém, por outro lado, quando consigo executar uma atividade que geralmente tem nome estrangeiro, eu constato para mim mesma: é só isso? Não entendam como um comportamento arrogante da minha parte, é só uma conclusão que faço, após um longo percurso que inicia com o MEDO, e termina com o ALÍVIO. Storytelling, SEO, hashtag, copywriting... são nomes com os quais tenho me deparado no trabalho pós-puerpério, pós-empregoqueduroumuitosanos, e que quando eu descobri o que são na prática, me deu um quentinho no coração. Tive que me reinventar e aprender! Só uma amostra: storytelling é uma estratégia da publicidade que prioriza contar histórias de vida para vender um produto, ou seja, é tudo o que eu aprendi com o jornalismo literário, e tudo o que eu acredito como a comunicação mais direta e franca com o público. Contar histórias é milenar, e a publicidade que não é boba nem nada pegou pra ela e colocou um nome gr

Navegar é preciso e viver também

Navegar é preciso, viver não é preciso. Fernando Pessoa transformou em poesia um dilema histórico e que sempre acompanhou a humanidade: lutar ou se poupar? Navegar pelos mares agitados, cheios de intempéries, em busca de conquistas importantes ou se proteger e garantir sua vida? Se jogar no desconhecido ou manter-se em terra firme?  De certo que a humanidade não evolui se não arriscar-se. Descobertas advêm da tentativa e erro. Mas o ato de parar. De recolher-se. Preservar a vida e garantir as certezas também é importante. Saber parar. Saber esperar. Saber confiar na resposta do universo.  São questões como essas que a sabedoria é a melhor companheira. Ouvir a voz interna que muitos chamam de intuição. Vou ou não vou? O poema de Pessoa, assim como a grande maioria dos poemas, nos traz um mar de interpretações. Aqui, o meu olhar captou o sentido de desbravar ou se resguardar. Mas o sentido da palavra preciso também é possível expandir-se. Como? Partindo da precisão matemática. Navegar é