Roda, a roda da vida

Alline ficava no berço e lá recebia muitas visitas. Certamente ouvia as mesmas coisas de todas que apareciam. Aquelas coisas que se diz, sempre no diminutivo, para bebês: Fofinha! Bonitinha! Princesinha! Além dos diminutivos, outros comportamentos também se repetiam, mas nada tão rotineiro do que pedirem um sorriso. E ela ali, tão pequena, deitada, olhando de baixo tantos rostos estranhos, sorria. De tantas visitas que recebia, uma era mais especial. Tão especial que hoje, aos 26 anos, Alline se lembra com muita nitidez e riqueza de detalhes. Essa visita tão marcante era de Fifi, a gatinha da família.

Fifi morreu aos 16 anos, quando Alline tinha 17. A gata faz falta, mas deixou muitos descendentes. Todos acolhidos pela família, de geração a geração. No lugar de Fifi está Ornella, Cindy e por aí vai. Só as visitas ao berço não puderam continuar, afinal a princesinha de São José do Rio Preto crescia, acompanhando as gerações da família felina. Filhos, netos e bisnetos de Fifi.

Hoje Alline não está mais em São José do Rio Preto, ou em Penápolis, onde foi criada. Está em São Paulo, na própria capital, acompanhada de seu irmão Igor. Mas Fifi ficou, assim como todos os seus descendentes. Assim como o tempo passou para a sua visita de infância preferida, a vida de Alline também se transformou. Está noiva, mulher e profissional. E para não perder o ritmo e o compasso da vida, o bebê de Alline, se chegar ao mundo, pode também receber a visita especial no seu berço, quem sabe da bisneta ou tataraneta de Fifi.

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